Urbanismo e a Cidade de 15 Minutos: As Reflexões da Palestra de Carlos Moreno no Complan



Na semana em que se comemora o Dia Mundial Sem Carro, tenho a oportunidade de participar do Complan, o principal Seminário sobre Comunidades Planejadas, Loteamentos e Desenvolvimento Urbano do Brasil. 

A palestra de abertura, com o professor e urbanista Carlos Moreno, considerado o criador do conceito da "Cidade de 15 minutos", me fez refletir sobre como nossas cidades foram construídas e como a mobilidade urbana tem evoluído.

Por muito tempo, o carro foi mais do que um meio de transporte; ele foi um símbolo de status e riqueza. Essa visão levou ao planejamento de cidades com foco total nos veículos, resultando em vias extremamente largas e estacionamentos gigantes.

Os projetos urbanos passaram a priorizar os carros em detrimento das pessoas, com a aprovação de construções condicionada à quantidade de vagas de estacionamento que seriam oferecidas.

Felizmente, essa mentalidade parece estar mudando. Uma nova geração e um novo urbanismo estão surgindo, focados em repensar a cidade para as pessoas. 

O conceito de Carlos Moreno se alinha perfeitamente a essa mudança: a ideia é que os moradores tenham acesso a todos os serviços essenciais — como trabalho, compras, educação e lazer — a uma distância que pode ser percorrida em 15 minutos a pé ou de bicicleta. A cidade de 15 minutos busca criar bairros mais completos e autossuficientes, reduzindo a dependência do carro e promovendo uma vida mais comunitária e sustentável.

A tendência agora é ter mais espaços de uso misto, combinando moradia, comércio e serviços, para dar mais vida às ruas. Além disso, a prioridade nas vias está sendo revertida: muitas cidades estão reduzindo a velocidade e criando espaços mais seguros para ciclistas e pedestres. 

O objetivo não é abolir o carro, mas sim reduzir sua prioridade e incentivar a mobilidade ativa, como caminhar e pedalar. Essa transição representa um grande ganho para as cidades, tornando-as mais humanas e sustentáveis. A mudança está em curso e, embora seja um processo, o futuro parece ser de cidades que acolhem as pessoas, não apenas os carros.



 

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