Acordo entre UNIÃO EUROPEIA e MERCOSUL faz aniversário.

No dia 14 de julho de 2020, o anúncio do Acordo entre a União Europeia e o Mercosul completou um ano. A parte comercial já foi assinada pelos dois lados e, neste momento, acontece o processo de ratificação por parte dos países dos dois blocos comerciais.

Apesar das polêmicas ocorridas ao longo do ano com as questões ambientais na Amazônia brasileira, o Relator do Acordo no Parlamento Europeu, o eurodeputado espanhol Jordi Cañas, ressalta que, apesar do Brasil ser um país importante, o acordo é entre blocos de países, uma associação estratégica chave a curto, médio e longo prazo, em todos os níveis, que precisa ser dissociado de situações políticas de governos dos países que fazem parte.

Na prática, não se pode ignorar que o comércio entre os dois blocos já existe, uma vez que o Brasil, a Argentina e o Paraguai exportam soja para a Europa, além de outros produtos. “O que o Acordo faz é reduzir tarifas alfandegárias, estabelecer cotas, dar garantias, definir um marco de regras comuns. Em um momento de instabilidade global, isso parece necessário”, afirma o eurodeputado espanhol, acrescentando que será muito mais fácil exigir o cumprimento de compromissos ambientais, com comunidades indígenas, regras sanitárias, entre outros, com um acordo do que sem ele.

Acrescenta o Sr. Jordi Cañas, em entrevista à BBC News Brasil: “Estou convencido que a maioria da população brasileira quer conservar sua riqueza ambiental, sua biodiversidade. E estou convencido que esta mesma população quer ter um desenvolvimento sustentável. Bom, a União Europeia tem que contribuir, ajudar, colaborar com isso. E é evidente que um acordo político-comercial, um acordo de associação, é um instrumento para ter espaços de diálogo, cooperação, debate e ajuda.” Acredita o referido eurodeputado que países, governos e populações reagem bem à colaboração e à ajuda, e o acordo é um bom marco de relações.

E conclui esclarecendo que a Europa tem “uma perspectiva muito equivocada sobre a realidade dos países, especialmente da América Latina. Muito carregada de preconceitos, de informações estereotipadas, e com falta de informações aprofundadas sobre as grandes transformações vividas por estes países nas últimas décadas. Temos que aprender a nos relacionar com respeito e amizade e de uma forma equilibrada, entre iguais, porque estes países ganharam este respeito. Se queremos contribuir, temos que fazer assim: dando-lhes respeito que merecem, conhecendo sua realidade, e nunca confundindo governos com países, muito menos com seus cidadãos. Temos que ter uma visão mais ampla e mais respeitosa.”

Acesse à entrevista completa através do seguinte link: https://www.terra.com.br/noticias/brasil/brasil-nao-e-bolsonaro-e-acordo-mercosul-ue-trara-controle-sobre-amazonia-diz-relator-do-parlamento-europeu,815e819d69c079073d8fa2c1125f54efvd2giqh4.html

Texto de Ivon Pires, Sócio em Pires Advogados e Consultores.

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